Entenda um pouco o que é LIRAa, e os produtos que trabalhamos no nosso dia a dia de trabalho.
O que é LIRAa?
Larvas do Aedes Aegypti |
O LIRAa (Levantamento de Índice Rápido de infestação por Aedes Aegypti), é o modelo utilizado para verificar o IIP (Índice de Infestação Predial) nos municípios e é uma ferramenta que ajuda a mapear os locais de alto índice de infestação do mosquito e que, consequentemente alerta sobre os possíveis pontos de endemias da doença e é o dado utilizado para classificar o risco de cada município de ter uma possível epidemia de dengue. Essa metodologia foi desenvolvida em 2002 pelo Ministério da Saúde para atender a necessidade dos gestores e dos profissionais da saúde que trabalham com o Programa de Controle da Dengue para dispor das informações entomológicas de maneira mais rápida. Hoje é a metodologia utilizada por todos os municípios do país.
Como funciona o LIRAa?
Agente de Saúde realizando o LIRAa |
Distrito Sanitário é reconhecido como unidade operacional administrativa e mínima do sistema de saúde, definida com critérios geográficos, populacionais, epidemiológicos, administrativos e políticos, onde se localizam os recursos de saúde, públicos e privados, organizados através de mecanismos políticos institucionais com a participação da sociedade organizada para desenvolver ações integrais de saúde capazes de resolver a maior quantidade possível de problemas da saúde.
Estrato são áreas menores que os Distritos Sanitários, e agrupam mais de um Quarteirão.
Quarteirão são divisões menores ainda do que os estratos e são divididos em média de 9.000 imóveis e o LIRAa são realizados nesses locias e são sorteados aleatóriamente os que serão pesquisados. Identificando então a infestação da área chamada de estrato, e também os principais criadouros do mosquito.
Para o combate a Dengue são utilizados dois tipos de pesticidas.
O Pesticida Diflubenzuron, é o mais novo pesticida recomendado pelo Ministério da Saúde e o substituto do Pesticida Temefós na maioria dos municípios do país. A forma como é utilizado cada veneno e o método de ação do combate as larvas do mosquito da dengue são bem distintas. Vamos a elas.
Embalagem do Pesticida Temefós |
O efeito do Temefós era muito eficiente. Ele combatia a larva adulta e em muitos casos a Pupa, e tinha um efeito relativamente rápido.
Ele age por contato e ingestão. Como todo inseticida do grupo organofosforado, o temefós liga-se ao centro esterásico da acetilcolinesterase (AChE), impossibilitando-a de exercer sua função, ou seja, hidrólise do neurotransmissor acetilcolina (ACh), em colina e ácido acético.
Mas ao longo de grandes períodos de contato com o produto, causam danos à saúde humana. Ele pode ser detectado através do exame de Colinesterase Sérica, pois a inibição dessa enzima indica o nível de intoxicação e causam sérios problemas de saúde.
Foi substituído por uma medida preventiva do MS, que detectou, após a realização de pesquisa por amostragem, a resistência das larvas a esse produto, em algumas cidades brasileiras.
Pesticida Diflubenzuron |
É ineficiente contra as PUPAS já formadas, porque a quitina já está completa, e o produto só é eficiente quando o mosquito está em estágio larval, mas não mata as larvas. O Diflubenzuron apenas inibe a formação de quitina e o produto só tem efeito quando a PUPA está perto de eclodir para se transformar em mosquito.
O Diflubenzuron tem outros "contras" porque sua forma de manuseio é bem mais complexa do que o Temefós, exigindo uma conhecimento extra do agente, pois este tem que ter noção de geometria espacial. Temos que fazer cálculos exatos para o uso do produto, no que em muitos casos por falta de treinamento necessário para aplicação do produto e a falta de conhecimento teórico dessa matéria específica e por muitos os concursos no Brasil nessa área ainda serem de nível fundamental, a aplicação do produto é fatídica ao erro ajudando no insucesso da aplicação do produto.
Apesar do Ministério da Saúde afirmar que o pesticida não é nocivo à saúde humana, há vários relatos de agentes após o uso contínuo do produto sentir problemas de saúde como irritabilidade nas mucosas, taquicardia, cansaço e falta ânimo para exercer atividades diárias. Mas infelizmente na falta de um diagnóstico laboratorial preciso, muitos desses servidores não são ouvidos e não são lhe dado a devida atenção. Muitos médicos já estão ignorando os resultados laboratoriais e estão dando diagnósticos contrários ao do Ministério da Saúde. No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, o uso desse produto químico pelos agentes foi proibido através de laudos expedidos pelos médicos independente do resultado dos exames.
Querido Ivando,
ResponderExcluirMeu filho, adorei essa sua postagem sobre essa porcaria que utilizamos no nosso dia a dia no trabalho. Somente te peço para abordar sobre quem de fato deve preparar este produto já que ele é em pó e necessita de uma diluíção para se preparar a solução que vamos utilizar. Somente há um problema nisso, não somos Tpecnico em Química ou Agronomo para diluir lá que produto químico seja. É uma atividade inerente a área de Química e/ou Agronomia. Comos não somos nenhum desses dois e mesmo que fossemos, não estamos exercendo essa função no município e isso caracteriza Exercício Ilegal da Profissão passivo de sermos responsabilizados criminalmente pelos Conselhos de Química (CRQ 7ª Região) ou de Engenharia e Agronomia (CREA Bahia).
Inclusive, meu caro amigoa, já temos uma denúncia já formalizada no Conselho de Química e que foi amplamente divulgado no ano pasado.
Atenciosamente,
Mundinho