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Cientistas brasileiros criam sistema capaz de detectar dengue em 20 minutos

Cientistas brasileiros desenvolveram um sistema capaz de detectar a dengue em apenas 20 minutos e com um custo menor do que os dispositivos atuais, um "grande" avanço em um país no qual só nos meses de janeiro e fevereiro foram registrados 87 mil casos.

"Buscávamos um detector rápido, preciso, que fosse barato e acessível a todos os postos de saúde. Não tão caro como os testes atuais", explicou à Agência Efe o professor da Universidade de São Paulo (USP) Francisco Guimarães, um dos responsáveis pela pesquisa.

Saibam como funciona o teste, leiam abaixo:


Apesar da grande redução dos casos de dengue no Brasil durante os dois primeiros meses do ano - 80% menos que no mesmo período de 2013, segundo o Ministério da Saúde -, a doença continua na mira das autoridades de saúde, devido a seu efeito letal em alguns pacientes.

Nesta terça-feira, a Secretaria Municipal de São Paulo informou sobre a morte de uma criança de seis anos por causa da doença, que durante janeiro e fevereiro matou nove pessoas.

Segundo as estatísticas oficiais, cerca de 90% dos casos de dengue registrados anualmente no país ocorrem entre dezembro e março, coincidindo com a temporada de chuvas mais intensas.

Graças ao novo sistema, milhões de pessoas em todo o país poderão saber se têm dengue ou não, já que em muitas ocasiões os sintomas da doença são confundidos com os da gripe.

De acordo com o professor, através de um exame de sangue do paciente, o biossensor, que está em fase de desenvolvimento, consegue identificar a doença em seu estado inicial e informar sobre o resultado em apenas 20 minutos, enquanto os dispositivos atuais demoram uma média de três semanas.

Outro dos avanços conseguidos é a redução de seu preço, que ficará entre R$ 100 e R$ 200, o que permitirá que centros de saúde das áreas mais remotas e pobres do país possam ter acesso ao sistema.

A inovação do biossensor também está no tipo de anticorpo usado para reagir com o vírus, presente no sangue do paciente, segundo a pesquisadora Alessandra Figueiredo.

Ao contrário dos estudos atuais, baseados nos anticorpos dos mamíferos, a equipe utilizou uma proteína presente em ovos de galinha.

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"A gema do ovo é muito rica e produz um anticorpo com uma concentração muito mais elevada que a do animal", explicou Alessandra.

De acordo com a pesquisadora, "o anticorpo geralmente é um material muito caro, mas produzindo-o através do ovo de galinha se consegue baratear, porque produzimos concentração muito maior. Além disso, é mais fácil de produzir porque a galinha põe muito ovo".

Além disso, enquanto o exame convencional só pode ser realizado depois do sétimo dia no qual os sintomas aparecem, tempo no qual o organismo começa a apresentar defesa, o novo sistema é capaz de detectar a doença no terceiro dia da doença.

"O teste precoce que desenvolvemos pode detectar o vírus da dengue poucos dias depois que a pessoa foi infectada. O período de incubação é uma semana, mas (com o novo mecanismo) nos primeiros sintomas já podemos detectar se há dengue ou não", comentou Guimarães.

Os cientistas, que começaram a pesquisa em 2011, consideram que o teste poderia estar pronto em dois anos, após passar a fase de produção e regulamentação.

Bom, será que se a dengue afetasse somente a classe mais desassistida e a dengue não fosse tão "eclética" eles teriam tanta procupação?

"Eis como em tudo o forte e culpado se salva às custas dos inocentes e fracos."
Jean-Jacques Rousseau




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