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Os obstáculos de uma agente comunitária de saúde transplantada no combate ao coronavírus

Simonia Pereira, de 47 anos, trabalha na Unidade Básica de Saúde do bairro Pinheirinho


Superação é uma palavra forte e com uma história única para cada pessoa. Mas para Simonia Pereira, de 47 anos, tem um significado especial. A moradora do bairro Pinheirinho, em Criciúma, nasceu com apenas um rim e, por complicações renais, acabou perdendo o único órgão em 2014. Passou por dez cirurgias, realizou durante dois anos hemodiálises e, por trabalhar há sete como agente comunitária de saúde em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), está tendo que se superar para lidar com a pandemia do coronavírus. 

Simonia sempre teve uma vida normal até que há 16 anos, ao sentir dores renais, procurou um médico e descobriu que possuía apenas um rim e iniciou uma batalha diária. A infecção urinária acabou fazendo com que perdesse seu único rim e ela passou por dez cirurgias, iniciou a hemodiálise e também entrou na fila de espera por um transplante. Os médicos de Florianópolis, onde ela realizava consultas, afirmaram que a cirurgia tinha 82% de chance de dar errado, ou seja, não ia ser compatível, o corpo não reagiria bem ao novo rim. A criciumense, então, resolveu ir para Blumenau em busca de uma nova solução e conseguiu realizar a cirurgia no dia 8 de agosto de 2016 . 

Ela conta que estava em Criciúma quando recebeu a ligação do hospital com a notícia perto do meio dia e foi para Blumenau ainda no mesmo dia. Ao chegar lá, já realizou o procedimento cirúrgico, que ocorreu tudo bem. “A minha primeira quarentena foi ainda em 2016 após a cirurgia. Tive êxito com o transplante e foi melhor do que os médicos esperavam”, conta. 

Trabalho 

Simonia já trabalhou no comércio, contabilidade, agência bancária, mas foi na UBS, como agente comunitária de saúde, que se encontrou. Porém, ela estava apenas há sete meses trabalhando na Prefeitura de Criciúma quando precisou se afastar pelos problemas renais. Após o transplante, precisou se distanciar do trabalho. Depois de todos os procedimentos de recuperação, que duraram cerca de um ano, ela retornou à unidade onde permanece até hoje.
O que ela não esperava era encontrar uma pandemia do coronavírus. “Obviamente, faço parte do grupo de risco. Atualmente, tomo nove comprimidos por dia em virtude do transplante. No começo da epidemia precisei me isolar, sim, porém atualmente estou trabalhando”, destaca. 

O agente comunitário de saúde tem papel muito importante no acolhimento, pois é membro da equipe que faz parte da comunidade, o que permite a criação de vínculos mais facilmente, propiciando o contato direto com a equipe. Com a epidemia, Simonia precisou se reinventar no trabalho. “Temos contato direto com a população e, por isso, precisei me adaptar a função. Mas isso não fez com que eu deixasse de vir para a unidade, mesmo com os casos aumentando em Criciúma”, frisa.

O trabalho trouxe mudanças 

Por estar lidando diariamente com pessoas nas ruas, Simonia comenta que começou a ter mais vontade pelos estudos, terminou o ensino médio e começou a cursar Serviço Social pela Uniasselvi. “Estou indo para a 5ª fase e faço a distância. Estou me encontrando no curso e espero poder atuar na área, pois sou muito feliz com o que estudo”, admite. 
Simonia comenta que a vida dela mudou muito após o transplante. “Sou uma nova pessoa. Deus me ajudou em todo momento e sou muita grata a isso. A pandemia do coronavírus veio novamente para conseguir superar mais um obstáculo, e assim será com todas as pessoas. Vamos superar tudo isso que está acontecendo e viveremos todos juntos novamente”, finaliza.
Fonte: Engeplus

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