QUANTOS MAIS TERÃO QUE MORRER!? A necropolítica da Prefeitura de Salvador que ainda não liberou os ACS e ACE que estão no grupo de Risco da COVID-19.

Depois de perdermos 4 colegas e profissionais para a COVID - 19 e todos ESTAVAM NO GRUPO DE RISCO, acredito que ainda não foi o suficiente para saciar a sede de sangue desta administração municipal sob o comando de ACM Neto - DEM.

Com mais de 10% da nossa categoria que foi contaminada pela COVID-19, que muitos não tiveram acesso aos testes e foram compulsoriamente afastados das atividades, com certeza esse número é expressamente maior. Mas o mal da subnotificação assombra a todos os brasileiros sem exceção.

Em Salvador, os Agentes de Endemias foram totalmente testados, mas as entidades ainda não tiveram acesso a quantidade dos colegas acometidos pela doença e não temos como saber a real situação da categoria já que veio tardio estes testes.

O pior são os Agentes Comunitários, em uma gestão desastrosa, grande parte não foram testados ainda e não conseguimos entender tanta incapacidade na gestão de uma situação simples. Existem aproximadamente 2.200 ACE, que TODOS FORAM TESTADOS, e menos de 1.300 ACS, que nem 40% foram testados ainda. O que está acontecendo?

Lembrando que os testes, EPI's, a liberação das colegas grávidas, vieram de lutas insistentes e embates das Entidades em Unicidade (AASA, SINDACS, AACES, SINDSEPS, ADEMACEN), com a Secretaria Municipal de Saúde.

Mas ainda há problemas sistêmicos, porque os Agentes de Endemias, tem como Ponto de Apoio (local onde ficam), locais improvisados, insalubres, sem a menor condição sanitária. Esses locais o simples ato de lavar as mãos são um desafio. 

Mas nossa insistência sobre a liberação dos outros colegas que estão no grupo de risco não tinham sido atendidas: sob a justificativa da Secretaria Municipal de Saúde, que não tinham profissionais suficientes para realizar as atividades laborais, isto é, igualando a vida destas pessoas a meros objetos. 

E a AASA em conjunto com as outras entidades, sempre alertando sobre o risco de morte destes ACS e ACE, a Secretaria de Saúde se manteve reticente sobre a liberação destas pessoas.

Então, infelizmente veio o que sempre alertamos: Perdemos o nosso primeiro colega para a COVID-19: Jacome Eduardo, que era do grupo de risco e na rede de televisão, a prefeitura de Salvador, disse que o colega foi o culpado porque segundo a prefeitura ele não tinha pedido a dispensa por estar no grupo de risco. Algo falacioso, já que a prefeitura estava negando os pedidos através da junta médica.

Logo após, em um intervalo de 10 dias, perdemos mais três colegas: Janete Oliveira, Francisco Odelito e Tânia Regina. Todos possuíam alguma comorbidade!

Depois destas 4 mortes, a SMS resolveu flexibilizar e prometeu liberar os ACS e ACE que estão no grupo de Risco para a COVID-19, mas colocou outro entrave, o entrave econômico: Aquele que fosse dispensado, perderia mais de 40% na sua remuneração, que somados aos empréstimos, as percas superam a 70% da remuneração, isto é, a prefeitura de Salvador os condenam a fome! 

Porém, depois da péssima repercussão da morte dos Agentes de Saúde na mídia, o Centro de Controle de Zoonoses e os Distritos Sanitários solicitaram dos profissionais que estão no grupo de risco, que fornecessem documentos comprobatórios para que estes pudessem ser afastados, mas até hoje, nada foi feito.

Parece que a Prefeitura de Salvador e a SMS, só estavam esperando os "corpos esfriarem", para retornar as velhas práticas e mantendo a necropolítica da nossa categoria.

Até quando a Prefeitura de Salvador em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde vão manter esses profissionais condenados a morte?

Parece que a prefeitura de Salvador ainda não se saciou de beber o nosso sangue e consumir da nossa carne!

Diante da necropolítica da Prefeitura de Salvador para com nossa categoria, fiz essa nota de repúdio contra a Gestão de ACM Neto: