Ministério da Saúde altera larvicida a ser utilizado pelos ACE's no controle às arboviroses em todo o Brasil. Conheça
Ministério da Saúde muda larvicida que será utilizado no controle das arboviroses em todo o Brasil.
Atualmente os Agentes de Endemias utilizam o Piriproxifen, há aproximadamente 8 anos. Essa alteração em tese, visa que as larvas dos mosquitos não criem resistência à fórmula do larvicida.
Parece que a partir do segundo semestre de 2021, o produto seja o Espinodase.
Ministério da Saúde lança nota técnica sobre a substituição do Piriproxifen
Afim de orientar os profissionais, o Ministério da Saúde lança a nota técnica Nº 10/2021-CGARB/DEIDT/SVS/MS, que trata sobre o produto, manejo e eficácia do novo larvicida.
Antes de ler a nota técnica completa, eu sugiro a atenção à leitura dos itens 2.5 e 2.6 e nas "Considerações finais", Confira:
Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis
Coordenação-Geral de Vigilância de Arboviroses
NOTA TÉCNICA Nº 10/2021-CGARB/DEIDT/SVS/MS
ASSUNTO
Orientações técnica para utilização do larvicida Espinosade para o controle de Aedes aegypti
INTRODUÇÃO
O Ministério da Saúde atualmente recomenda o larvicida espinosade para controle de Aedes aegypti em substituição ao Piriproxifen atendendo as recomendações de manejo para prevenir a resistência a inseticidas.
As ações de controle larvário são voltadas para impedir a reprodução do Aedes aegypti, tendo como principais atividades a proteção, a destruição ou a destinação adequada de depósitos e/ou recipientes que podem servir de criadouros (caixas d’água, depósitos diversos, pneus, etc). O tratamento de alguns criadouros com o larvicida deve ser considerado complementar e voltado a aqueles depósitos que não podem ser eliminados ou manejados de outra forma.
Entre as ações preconizadas está a visita domiciliar pelo agente de controle de endemias (ACE), na qual deverá realizar orientação da população para adoção de medidas preventivas e eventualmente o tratamento dos depósitos com larvicidas. A inserção de ações intersetorias, tais como o abastecimento regular de água e coleta de resíduos sólidos, constitui-se atividade fundamental para impactar na redução da densidade do vetor Aedes aegypti.
CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO
O produto é um larvicida a base de Espinosade (Espinosina A + Espinosina D) sendo derivado da fermentação biológica da bactéria Saccharopolyspora spinosa. A formulação DT apresenta uma concentração 7,48% em forma de tabletes de 1,35g com duas camadas, sendo uma camada efervescente para ação imediata e outra de liberação lenta para ação residual, para o controle de Aedes aegypti e Aedes albopictus.
As espinosinas pertencem ao grupo 5 (moduladores alostéricos dos receptores nicotínicos da acetilcolina) segundo o Insecticide Resistance Action Committee IRAC (https://www.irac-br.org/modo-de-acao).
Esse larvicida é recomendado para controle de larvas do mosquito Aedes aegypti, pelo Programa de Pré-qualificação em Controle de Vetores da Organização Mundial de Saúde (OMS) ( Prequalification Vector Control - PQT-VC Reference: 020-001 de 28/02/2018 (https://www.who.int/pq-vector-control/prequalified-lists/Spinosad7.48DT/en/) e está registrado na ANVISA sob o Registro nº 337270005).
Também está recomendada sua aplicação em reservatórios de água de consumo humano, como por exemplo caixas d´água, containers, tanques, cisternas, etc.), conforme descrito no WHO Guidelines for Drinking-water Quality WHO/HSE/WSH/10.01/12.
(https://www.who.int/water_sanitation_health/dwq/chemicals/spinosadbg.pdf)
Estudos simulados de campo demonstraram sua eficácia durante pelo menos 60 dias em depósitos com troca constante de água, podendo atuar por mais tempo quando as trocas de água não são frequentes. Sua efetividade também foi comprovada em estudos de campo e nas aplicações em vários municípios para o controle larvário de Aedes aegypti e Aedes albopictus.
Sua apresentação para aplicação em depósitos com água, caracteriza-se por cartelas com 50 tabletes (Figura 1-A). Cada tablete é suficiente para tratar depósitos com capacidade de 200 litros de água. Pertence a uma nova classe de larvicida com modo de ação específico, apresentando alta eficiência em baixas doses, devido a sua característica de liberação lenta do produto. Para essas e outras informações, favor consultar FISPQ do produto (clique aqui para ler).
Figura 1 - A: Rótulo do produto
MODO DE AÇÃO
O modo de ação, ou a penetração, ocorre por contato e por ingestão, porém, é mais eficaz quando ingerido pelas larvas do mosquito. Não apresenta efeito contra as fases de ovo e pupa do mosquito (mesma ineficácia do Piriproxifen). Controla as larvas em todos os estágios, inclusive no quarto estágio avançado.
As espinosinas atuam no sistema nervoso central dos insetos como moduladores alostéricos dos receptores nicotínicos de acetilcolina (Grupo 5). O sítio-alvo das espinosinas (A e D) são as proteínas receptoras de acetilcolina dos insetos, ou seja, alteram a conformação da proteína receptora e com isso a tornam mais ativa. O resultado é a ativação prolongada das proteínas receptoras de acetilcolina, causando assim a transmissão contínua e descontrolada dos impulsos nervosos, induzindo no inseto excitação e tremores contínuos. Após longos períodos de excitação, os insetos ficam paralisados pela fadiga muscular, e posteriormente morrem.
MODO DE UTILIZAÇÃO
A utilização do larvicida espinosade é recomendada para tratar somente os criadouros de Aedes aegypti e Aedes albopictus que não possam ser eliminados ou manejados de outra forma, sendo este tratamento considerado complementar ao manejo ambiental e devem ser principalmente em recipientes com capacidade de pelo menos 50 litros.
O tratamento deve ser realizado de acordo com a capacidade do depósito e não com a quantidade de água existente no momento da aplicação. Para recipientes com capacidade de 200 litros de água a dose recomendada é de 1 tablete e para quantidades menores os tabletes deverão ser divididos com o cortador fornecido pelo fabricante (Quadro 1; Figura 1-B).
É fundamental a cubagem do volume antes de fazer a aplicação do produto.
As embalagens após o uso deverão ser recolhidas em um local centralizado para posterior encaminhamento para destinação adequada.
- Manter o produto em seu recipiente original;
- Manter as eventuais sobras dos produtos em suas embalagens originais adequadamente fechadas;
- Evitar manter o produto próximo de fontes de calor e contato direto com a luz solar.
- Manter o recipiente adequadamente fechado, à temperatura ambiente e ao abrigo da luz;
- Armazenar o produto em local fresco, escuro, seco e ventilado;
- Evitar: locais úmidos, com fontes de calor e temperaturas extremas.
- Não armazenar junto com alimentos, bebidas, inclusive os destinados para animais e ácidos fortes.
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