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Não fui nas manifestações de hoje, e não vou em nenhuma com o propósito de golpe! 15/03 NÃO FUI E NÃO ME ARREPENDO!

Olá colegas, muitos me perguntaram se eu fui ou não para o tal do fora Dilma, respondi a alguns, mas acredito que pela consideração que os colegas tem por mim, vou esclarecer com um texto que recebi de um colega no WhatsApp, onde adaptei e que descreveu todo o meu sentimento:

"Iria para a manifestação de domingo se a principal motivação não fosse o impeachment. Nosso problema, nem no sonho, será resolvido com uma troca pura e simples. E, nesse caso, uma troca suspeita. Nosso vice-presidente é do partido mais fisiologista do país e sob ele estará a mesma engrenagem que mantém nossa cultura de corrupção. 

Iria para a manifestação se fosse para apoiar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vítima de um bombardeio político. Iria se fosse para apoiar e exigir que o juiz Sérgio Moro continuasse a desmontar esse esquema sujo. Iria se fosse para cobrar do Congresso Nacional a aprovação de medidas de ajuste fiscal necessárias para corrigir os erros que o governo cometeu, com o apoio do próprio Congresso e da base aliada. Todos eles ganharam muito maquiando a nossa realidade. 

Não vou para um protesto apoiar um golpe: estimular a derrubada de um governo eleito democraticamente, não se troca de governo, como se troca de camisa, a maioria fez sua escolha e agora não é simplesmente trocando de comandante que teremos um exército mais eficiente.
Que tal lutar por uma mudança de regras e de cultura?
Mas no país da farsa, tudo que é muito mais difícil fica para depois, até um dia que aperta e o próprio umbigo é atingido. Boa parte da elite, da burguesia, da classe média ou do povão - seja lá como queiram chamar - que vai às ruas domingo, lambuzou-se com os benefícios que o governo deu nos últimos anos, de maneira equivocada, para “fingir” que estava tudo bom.

Quem fez panelaço trocou de carro várias vezes nos últimos anos, porque o IPI estava reduzido; trocou todos os móveis da linha branca porque os impostos foram cortados. Comprou apartamento de meio milhão financiado pelos bancos públicos, com taxa de juros ainda alta, se comparada ao padrão mundial, mas bem mais baixa do que a que fora praticada em outros tempos. Quem pede o golpe – e não tem outro nome - ganhou dinheiro supervalorizando o preço dos apartamentos novos e usados de programas do governo, por causa das várias medidas que deram oportunidades aos que nunca tinham sonhado ter uma casa própria. 

O movimento é legítimo, mas o seu objetivo é bem brasileiro. Fazer uma mudança para jogar tudo para debaixo do tapete e ficar como está. Sejamos sinceros: temos um problema de povo, cultural, de comportamento. Muitos dos que estarão nas ruas domingo não vão para lá exigir um transporte público de qualidade. Aliás, irritam-se quando prefeituras abrem uma faixa exclusiva para ônibus e diminuem o espaço do “passeio individual”. Quem vai às ruas pedir o golpe finge que não sabiam que, desde sempre, empresas financiam campanhas milionárias de políticos, em troca das licitações arrumadinhas. Quem vai às ruas até pode argumentar que foi o PT que organizou e institucionalizou a roubalheira, mas não quer protestar e exigir, sistematicamente, uma reforma política. Aliás, não sabe o que é e tem preguiça de pensar sobre ela. 

Não cometerei o erro da generalização, mas muitos “politizados” do impeachment querem a escravidão das empregadas domésticas e condena, simplesmente, o “bolsa família”. Tem preguiça de ir às ruas exigir do governo fiscalização e um plano mais eficiente de geração de emprego e renda, para que essas pessoas utilizem o benefício social, apenas, como trampolim. Quem pede o golpe não está preocupado com o bem comum, com a democracia. Está preocupado com o próprio umbigo, com as próprias dores. Afinal, agora está tudo mais caro e vai ficar mais difícil trocar de carro, viajar, exibir-se. Somos um país de ignorantes e aproveitadores. Temos que ir às ruas para mudar a nós mesmos e não um governante."

Espero ter esclarecido o porque eu não fui no movimento de hoje, mas paticipei ativamente do movimento pelos "0,20 centavos", que esta afinal teve lógica e não teve fins partidários!

Não incentivo o golpe, porque vários brasileiros deram o sangue pelo o fim da ditadura e não quero o retorno dos militares no poder! Não vou desrespeitar as mais de 430 vítimas desse período obscuro e sangrento da nossa história, entre eles Carlos Marighella, Mariano Joaquim da Silva, dentre outros.

Vamos para as ruas, mas para cobrar um SUS e  uma educação de qualidade, cobrar um transporte digno e por menos massacre ao povo preto e pobre e justiça no direito para todos!
Quando formos realmente com esse espírito, irei com o prazer novamente às ruas pela minha pátria amada!

E aos colegas que por algum motivo perdeu ou se esqueceu as datas 15/03 na história do Brasil, voltem para a aula de história ou leiam novamente os livros!

"Você tem que ser o espelho da mudança que está propondo. Se quer mudar o mundo, tens que começar primeiro por ti."
Mahatma Gandhi